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O governo federal reconhece a importância da indústria da construção para o desenvolvimento econômico e a inclusão social no Brasil e buscará soluções viáveis para temas que hoje preocupam entidades e empresários do setor, como a pulverização dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a qualificação de sua mão de obra. Essa mensagem foi levada pelos ministros do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e o do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, à abertura do Summit CBIC Norte e Nordeste 2025, nessa quinta-feira (20/03). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o evento mobilizou autoridades federais e estaduais.
“É necessário resgatar a institucionalidade do FGTS”, afirmou Marinho. “Quem continuar no sistema do saque aniversário precisa saber que continuará com saldo bloqueado no futuro. As pessoas precisam saber disso e nós vamos dar conhecimento”, frisou. Segundo ele, a oferta de crédito associado ao e-Social, que entra em vigor a partir da sexta-feira, deve reduzir os juros pagos pelo trabalhador em operações de crédito e criar o ambiente necessário à discussão da sustentabilidade do FGTS “sem criar estresse com o Congresso Nacional”.
Recebidos pelos presidentes da CBIC, Renato Correia, do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, e da Federação da Indústria do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, anfitriões do evento, também participaram da abertura o governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas; a senadora Augusta Brito (PT-CE); e o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Carlos Vieira.
Com programação de dois dias, o Summit CBIC Norte e Nordeste 2025 vai debater temas de grande relevância para o setor da construção, como a sustentabilidade do FGTS, mecanismos para evitar obras paralisadas, os impactos de ações judiciais predatórias sobre a habitação de interesse social, reforma tributária e outros.
Alavanca de desenvolvimento – Em seu discurso, o ministro do Trabalho enfatizou que o governo está mobilizado para estimular a geração de novos postos de trabalho e destacou a importância do setor da construção. “Nós precisamos de mais produção para controlar a inflação, precisamos de crédito. O setor da construção é parceiro e vamos continuar insistindo. Precisamos trabalhar de maneira propositiva”.
Luiz Marinho anunciou que o Ministério do Trabalho fará um estudo para identificar gargalos na cadeia produtiva da construção e formular medidas que tragam mais produtividade para o setor na região Norte e Nordeste do país. “Estamos empenhados em olhar todo o território, estimular o debate e trazer melhorias, de forma a fortalecer a indústria para gerar emprego”, comentou. Segundo ele, a ideia é avaliar a indústria da construção e demais segmentos econômicos.
Titular do MDS, o ministro Wellington Dias reiterou o compromisso do governo federal com o setor. “A CBIC atua no Brasil inteiro e vamos trabalhar juntos no Brasil inteiro”, afirmou. “O presidente Lula tem um carinho especial pelo setor da construção”, destacou. Presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira defendeu a manutenção do diálogo para a busca conjunta de soluções que atendam aos interesses do país. “A CBIC tem o papel de ser um grande indutor, de mostrar o papel da construção civil”, comentou. “Não vai faltar dinheiro em 2025. Queremos que o sistema entenda isso, vamos agregar novas soluções”, afirmou.
Governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas destacou a importância da indústria da construção e do diálogo para a articulação de soluções que levem ao desenvolvimento. O executivo também homenageou o Sinduscon-CE, pela parceria que levou ao aumento da oferta de moradia no Estado.
Desafios e soluções – O presidente da CBIC, Renato Correia, destacou a atuação da entidade para fomentar a melhoria no ambiente de negócios do setor e a expansão do investimento em habitação e infraestrutura. “Qualquer investimento feito na construção traz retorno imediato na melhoria no ambiente, no emprego, na renda e nos impostos. É um ciclo virtuoso”, afirmou. “Nosso desafio é enorme e só um governo engajado pode ajudar”.
Correia reconheceu a importância da proposta em discussão pelo governo, de destinar recursos do pré-sal para habitação. “Precisamos acabar com a alienação do saque aniversário de uma vez por todas”, destacou. “O governo está fazendo um esforço. O uso de recursos do pré-sal é inédito, uma verba recorrente e pode corrigir um grande problema e endereçar recursos para habitação. Meu respeito a essa decisão, pela coragem e pragmatismo de aplicar recursos onde é preciso”, disse o presidente da CBIC.
Durante a abertura do Summit CBIC Norte-Nordeste, Patriolino Dias traçou um panorama com os desafios do setor da construção e enfatizou a necessidade da busca por soluções que revertam os gargalos atuais. “Não é demais lembrar que em 2024 vivemos o melhor momento da construção nos últimos oito anos. Não podemos criar um problema maior banalizando o uso do FGTS”, afirmou o presidente do Sinduscon-CE. “O povo brasileiro não tem cultura de poupar. Educação e Saúde gozam de dotação orçamentária, mas a habitação não, mesmo sendo direito fundamental. O FGTS desvirtuado para consumo impede a população menos abastada de adquirir a casa própria”.
Presidente da FIEC , Ricardo Cavalcante apontou fatores de preocupação como a alta continuada das taxas de juros e o custo da mão de obra, que impactam o setor da construção. Segundo ele, também é preciso avançar com a industrialização da construção, movimento de modernização que já leva parte das atividades dos canteiros para fábricas e galpões. “A industrialização é promissora, pela redução do desperdício e aumento da produtividade”, comentou. O presidente da FIEC defendeu o aumento do investimento em pesquisa e desenvolvimento e maior atuação do SENAI e das empresas na capacitação da mão de obra para atuar em um setor com mais tecnologia e inovação.
O Summit CBIC Norte Nordeste 2025 conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, FIEC, Konstroi, Agilean, Apodi e Izy Soft.
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