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No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, o apelo para à equidade na saúde e o acesso igualitário a todos, assim como o enfrentamento dos desafios atuais e futuros aquecem o debate entre os gestores e profissionais da área.
Muitos desses desafios, afirma o médico sanitarista e gestor em Saúde, Álvaro Madeira Neto, se dão em meio à transformação digital que permeia o setor, onde a prática da avaliação de risco e a implementação de medidas de redução de danos à saúde surgem como importantes pilares nessa discussão.
Na sua avaliação, essa abordagem, mais do que uma tendência, torna-se fundamental para o gerenciamento eficaz da saúde pública e suplementar, garantindo um atendimento direcionado às necessidades específicas de cada indivíduo.
Conforme disse, a convergência entre a necessidade de avaliação de risco e a responsabilidade social, marca, assim, uma nova era para gestores públicos e privados em saúde.
“Para as autoridades governamentais, essa prática deveria ser sinônimo de otimização de recursos e eficiência na oferta de serviços de saúde. Já no âmbito empresarial, compreender e gerenciar riscos significa aprimorar a qualidade do serviço prestado, beneficiando diretamente os pacientes”, afirma.
Benefícios
Segundo Madeira Neto, os benefícios oriundos da avaliação de riscos à saúde são incontestáveis. “Identificar precocemente possíveis tendências de doenças crônicas e adaptar as estratégias de intervenção não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduz significativamente os custos associados ao tratamento de patologias avançadas”, fala.
Além do que, acrescenta, ao se refletir sobre o impacto positivo da avaliação de risco na sustentabilidade do setor de saúde, fica evidente o seu potencial para revolucionar a maneira como os serviços são prestados, conduzindo a uma otimização dos recursos e a uma melhora significativa na qualidade do atendimento.
“É uma estratégia que não apenas reduz custos, mas também promove uma abordagem de saúde mais personalizada e preventiva”, destaca o especialista, ao considerar que a avaliação de risco e a redução de danos representam mais do que simples ferramentas de gestão, são a chave para um futuro no qual o setor de saúde possa se desenvolver de maneira sustentável e inovadora.
Contudo, apesar de todas as vantagens atreladas a esse trabalho de prevenção, ainda há um longo caminho a percorrer, demonstrando que há bastante margem para extrair mais valor dessas iniciativas.
Tomando como exemplo o setor de saúde privado, uma pesquisa da consultoria Bain & Company, realizada no primeiro semestre de 2023 com cerca de 12,5 mil usuários de planos de saúde no Brasil, revela que embora 76% dos beneficiários saibam que têm à disposição iniciativas de prevenção, o índice médio de utilização é de apenas 24%.
Nesse contexto o comportamento dos pacientes varia conforme a área, concentrando-se em programas de saúde mental, check-up de rotina e bem-estar, com 40% ou mais dos entrevistados reportando sua utilização.
O papel da digitalização
Ainda de acordo com Madeira Neto, esse cenário também traz à tona o protagonismo que a estratégia digital assume na atualidade, desde o surgimento da telemedicina, com a entrega de serviços de saúde onde a distância é um fator crítico, à importância da coleta e uso inteligente de dados desde os primeiros contatos dos pacientes com o sistema de saúde.
No caso da telemedicina, a estimativa é de que em 2024, o mercado global alcance quase US$ 18 bilhões, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta de 12,3%, com previsões apontando para um aumento no valor de mercado para US$ 57 bilhões até o final de 2034, segundo um relatório publicado pela FactMR.
“Entre os exemplos práticos da abordagem baseada na digitalização da saúde, destacam-se a prevenção e o gerenciamento de doenças crônicas, a personalização de tratamentos, a otimização do acionamento de recursos em resposta a mudanças na demanda por serviços de saúde, a redução de readmissões hospitalares e o foco na medicina preventiva e nos cuidados primários”, expõe.
E mais: “como líderes e gestores em saúde, nossa missão é abraçar essas práticas, garantindo não apenas a eficácia e a eficiência dos serviços que oferecemos, mas também a promoção de uma saúde mais inclusiva e equitativa”, conclui.
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