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No Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, marcado pela intensificação dos debates sobre visibilidade e representatividade, uma pesquisa brasileira lança luz sobre um tema ainda pouco explorado: a saúde da pele de homens trans negros. Liderado pela médica endocrinologista Luciana Mattos Barros Oliveira, o estudo investiga os efeitos da testosterona — utilizada na transição hormonal — no surgimento de acne grave, especialmente em peles negras, sendo um dos grandes vencedores do Prêmio Dermatologia + Inclusiva da Divisão Beleza Dermatológica, parte do Grupo L’Oréal no Brasil.
Luciana Oliveira, que também é professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi contemplada com uma bolsa de R$50 mil para desenvolver a pesquisa. O estudo parte de uma constatação clínica: a testosterona estimula a ação das glândulas sebáceas, o que aumenta a oleosidade da pele e favorece o aparecimento de espinhas, que podem evoluir para lesões severas. Em peles negras, a chance de manchas e cicatrizes é ainda maior. “A dermatologia precisa olhar para esses corpos de forma mais específica. A pele preta é diferente, a pele em transição hormonal é diferente. Se a ciência ignora isso, ela está ignorando vidas”, defende a médica.
A pesquisa visa avaliar a eficácia de dermocosméticos no controle da acne e na prevenção de manchas em peles negras, um problema que acomete até 85% dos homens trans no primeiro ano de terapia hormonal de afirmação de gênero. Além de entender os impactos dermatológicos da hormonização, busca desenvolver alternativas terapêuticas mais eficazes e seguras para esse público. O estudo contará com a participação de até 50 homens trans baianos, que passarão por uma etapa de testes com duas substâncias tópicas, visando avaliar a eficácia no controle da acne e na prevenção de manchas.
Contexto social de desigualdade
A proposta da Dra. Luciana é também uma resposta à escassez de dados e à pouca atenção voltada à saúde integral de pessoas trans, especialmente homens negros. “Não estamos falando apenas de estética, mas de saúde pública e qualidade de vida. A acne severa pode causar dor, afetar a autoestima e gerar ainda mais sofrimento em uma população já vulnerável ao preconceito e à invisibilidade”, reforça.
De acordo com um estudo do Fundo de População da ONU (UNFPA), homens trans negros concentram 56% das ocorrências de violência, sendo uma parcela significativa das vítimas de discriminação e violência no Brasil. Este estudo aponta que as condições de vida e as barreiras enfrentadas por essa população são severas, contribuindo para um acesso inadequado aos serviços de saúde e uma expectativa de vida reduzida. Além disso, o país lidera, pelo 16º ano consecutivo, os índices globais de assassinatos contra essa população.
Um relatório do FONATRANS, intitulado “Travestilidades Negras: Movimento Social, Ativismo e Políticas Públicas”, fornece um panorama detalhado das desigualdades enfrentadas por travestis e homens trans negros, incluindo dados sobre renda, escolaridade e, principalmente, saúde. O relatório efetivamente aponta que a discriminação racial e de gênero afeta o acesso a empregos, educação e serviços básicos de saúde, perpetuando a marginalização dessa população.
O avanço alcançado pela reivindicação da comunidade é expressivo, especialmente com a criminalização da LGBTQIAPN+fobia em diversos países. É inegável, entretanto, que ainda existe um longo caminho a ser percorrido em termos de conhecimento e conscientização. A premiação da pesquisa de Oliveira reforça o compromisso do Grupo L’Oréal em fomentar a equidade na área dermatológica, reconhecendo estudos que buscam soluções para comunidades historicamente negligenciadas. A empresa, considerada número um em beleza no mundo, reitera que essa transformação sistêmica começa internamente: cerca de 16,4% dos colaboradores da L’Oréal no Brasil se autodeclaram parte da comunidade LGBTQIAPN+ (Censo interno de 2023), e 92% se sentem seguros e orgulhosos de trabalhar no Grupo, que oferece benefícios exclusivos para a comunidade.
Mais do que uma celebração, Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ é um chamado à ação. A data serve como um lembrete da importância de continuar reivindicando um futuro em que a orientação sexual e a identidade de gênero não sejam motivo de medo ou de privação de direitos, mas sim de celebração da diversidade humana. Trabalhos como o de Luciana mostram como a ciência pode ser uma aliada na construção de uma sociedade mais inclusiva, ajudando a garantir que pessoas trans possam, de fato, se sentir bem e tenham o devido cuidado com sua própria pele — com saúde, respeito e reconhecimento.
Sobre o Grupo L’Oréal
O Grupo L’Oréal se dedica à beleza há 115 anos. Com seu portfólio internacional único de 38 marcas diversas e complementares, o Grupo gerou vendas no valor de 43.48 bilhões de euros em 2024 e conta com mais de 90 mil colaboradores em todo o mundo. Como líder mundial em beleza, a empresa está presente em todas as redes de distribuição: mercados, lojas de departamento, farmácias e drogarias, cabeleireiros, varejo de viagens, varejo de marca e e-commerce. Pesquisa & Inovação, e uma equipe de pesquisa dedicada de 4.000 pessoas, estão no centro da estratégia da L'Oréal, trabalhando para atender as aspirações de beleza em todo o mundo. Reforçando seu compromisso de sustentabilidade, a L'Oréal anunciou o programa L’Oréal Para o Futuro e estabeleceu metas ambiciosas de desenvolvimento sustentável em todo o Grupo para 2030, visando capacitar seu ecossistema para uma sociedade mais inclusiva e sustentável.
No Brasil, o quarto maior mercado de beleza do mundo, a companhia completou 65 anos em 2024 e é uma das líderes entre as empresas de beleza, com um portfólio de 22 marcas no país, como L’Oréal Paris, Maybelline, Garnier, Niely, Colorama, Kérastase, L'Oréal Professionnel, Matrix, RedKen, La Roche Posay, Vichy, SkinCeuticals, CeraVe, Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren, Cacharel, Prada, Azzaro, Valentino e Mugler.
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